quarta-feira, 18 de março de 2015

O RETIRO COMEÇOU

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Ainda não te tinha falado sobre o novo sítio onde me encontro – Rishikesh. A mudança de cenário foi brutal e mais brutal ainda foi a mudança de emoções e de sensações. Iniciei o primeiro de muitos retiros, por isso as palavras paz, bem-estar, harmonia  e amor fazem parte do meu dia-a-dia desde que aqui cheguei.

Encontro-me no Parmath Niketan com uma vista brutal para o Rio Ganges e para as montanhas dos Himalaias. Em vez de acordar com buzinas acordo com os diferentes sons das muitas espécies de aves e animais que vivem sobre os jardins do Parmath. Temos cães, esquilos e até macacos a fazer-nos companhia. Um deles assaltou o Tiago, o “fotógrafo”, que por sinal é meu marido, e que ficou sem um saco de cajus porque um dos macaquinhos achou que lhe pertenciam antes a ele.











Fora do Parmarth temos uma vista privilegiada sobre o sagrado Rio Ganges, o rio dos sonhos e dos pedidos. De facto, assim que os nossos olhos tocam nestas águas temos vontade de ficar a contemplar, de colocar as nossas mãos nesta água (aqui é seguro porque Rishikesh fica próximo da nascente do sagrado rio), de meditar e sentir a energia deste local onde a espiritualidade é a palavra de ordem.


Aqui cruzam-se diversas culturas, todo o tipo de nacionalidades e de religiões e o mais maravilhoso é que não sentimos essas diferenças, aqui não importa a cor, não importa as crenças, não importa de onde vens ou quem és. Estamos todos para o mesmo – para nos tornarmos melhores, para aprender mais, para conviver, partilhar, fazer novas amizades. Sabe bem estar num sítio onde toda a gente se cumprimenta e gentilmente sorri.

Ontem participei no ritual das luzes que se faz em frente ao Rio Ganges…Como posso passar-te esse momento para este papel electrónico? Adorava que sentisses as emoções que senti. Adorava que te arrepiasses como eu me arrepiei, adorava que te emocionasses como eu me emocionei. Centenas de pessoas unidas vibravam ao ouvir cantar os mantras, batiam palmas, sorriam, batiam os pés e dançavam com as suas cabeças. À nossa frente as imponentes montanhas dos Himalaias e o rio, as chamas do fogo que ardiam para queimar o que as pessoas não pretendem mais – doenças, desgostos, tristezas. Em simultâneo emanávamos amor por nós, pelas nossas pessoas, pelas pessoas que ali estavam e que não conhecíamos, e por todo o mundo…enviámos amor, desejámos a paz, a abundância para o nosso planeta, para todas as pessoas. Que momento…fecha os olhos e tenta imaginá-lo, faz por senti-lo, estou a reviver tudo de novo para que possa chegar até ti.
Espero que assim seja :)

Continuarei a trazer-te até cá, acompanha-me que farei esta viagem de mãos dadas contigo.
Namastê,
Rute



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