Embora te escreva sempre de
coração aberto, este deve ser provavelmente o texto onde coloco tudo de mim,
sem véus, sem medos e totalmente despida de preconceitos. Quem me
acompanha sabe que acredito que nada é por acaso e que tudo o que nos acontece tem
uma forte razão de ser – uma mensagem, uma missão, uma aprendizagem.
Pois bem,
chegou a altura de quebrar o silêncio e de falar não só para as mulheres que
sofrem de endometriose, mas também para todos aqueles que neste momento passam
por algum tipo de doença que teste os seus limites e força.
Embora
durasse há mais tempo, a endometriose foi-me diagnosticada com 21 anos. Ouvi
dos médicos palavras duras, e tive de trabalhar muito para que elas se
desgravassem de mim: "nunca vai ser mãe"; "vai levar esta doença
consigo para a cova"; "não há nada a fazer"; "é nível IV o
pior que pode haver". Nessa altura fui ao chão, chorei baba e ranho, questionei
muita coisa e questionei-me a mim mesma: PORQUÊ? Mas nunca quis que esta
pergunta me matasse ou tornasse vítima, quis antes que esta questão me fizesse ir
atrás da verdade, uma verdade que me mostrasse porque cheguei ali, uma verdade
que me fizesse mergulhar no mundo da cura. E posso dizer-te uma coisa com todo
o meu coração enquanto te escrevo com as lágrimas a escorrerem-me pelo rosto:
não há impossível e eu vou encontrar a cura!! Não tenho dúvida, por favor não
tenhas também. As lágrimas não são de tristeza, são de uma força imensa a brotar pelo meu coração.
Estou a
falar de um padrão que dura cerca de 15 anos. Mas sabes, houve um momento em
que curei, fiz um tratamento homeopático, mudei radicalmente a minha
alimentação e quando fui fazer novos exames os médicos disseram-me que a massa
que tinha em volta do meu intestino e dos meus órgãos reprodutores tinha desaparecido. E durante uns bons tempos voltei a saber o que era estar
menstruada sem passar pela traumática experiência da dor, pela traumática
experiência que nos leva a crer que não temos qualquer controlo sobre o nosso
corpo. Pois bem, já há uns anos que decidi que não ia
permitir que isso acontecesse, nem eu nem tu podemos deixar que isso aconteça.
O nosso corpo tem uma inteligência e capacidade sem limites e nós temos o poder
de o levar para a capacidade da cura. Não cruzes os braços, acreditar que não há nada a fazer é levar-te para um beco sem saída e para um padrão ainda mais doloroso.
Não me
canso de fazer pesquisas, não me canso de procurar e ler sobre o poder da
intenção, da mente, o poder da visualização (explicado tudo cientificamente)
que levou tantos doentes com cancro a superar a doença, não me canso de ir atrás
das causas da doença. Quando descobri que tinha endometriose ninguém sabia o
que era, não se ouvia falar e agora de repente estão cada vez mais mulheres a
sofrer desta patologia, cada vez mais mulheres sem conseguir engravidar. Mas
ninguém sabe como e porque, os médicos não conseguem explicar o aparecimento.
Mas o meu coração diz-me que essa explicação existe e diz-me que não podemos
parar de estar atentas aos sinais, não podemos deixar de estar atentas ao que
consumimos, aos produtos de higiene que usamos, não podemos estar alienadas nas nossas emoções, se estamos felizes, se estamos tristes. É nosso dever olhar para o todo que somos e cuidar desse todo sem distracções.
Nesta
pesquisa infindável li um artigo que me tocou bastante - a de uma modelo que
perdeu uma perna devido à utilização de tampões, causado pelo síndrome de
choque tóxico. Isto chamou a minha atenção porque me fez pensar na
endometriose, quis ir pesquisar sobre o assunto e já existem estudos que dizem
que a endometriose está relacionada com a utilização de tampões e pensos
higiênicos, pois nos últimos 50 anos estes deixaram de ser feitos a partir de
fibras naturais como o algodão e passaram a ser fabricados com materiais
sintéticos como o rayon e o plástico. De acordo com um estudo conduzido pelo
jornal de Biologia e Medicina da universidade de Yale, "a
"carboximetilcelulose" em gel" contida nos tampões "actuava
como o ágar numa placa de petri, dando às bactérias um meio viscoso no qual se
podiam desenvolver". Nos produtos de higiene femininos estão presentes
substâncias como dioxina, fibras sintéticas, fragrâncias químicas entre outros
componentes químicos.

Eu
não me conformo e eu (não) tenho endometriose. Eu não paro a minha pesquisa, eu
não paro de me informar sobre as medicinas complementares, eu não paro de
repetir para mim mesma vezes sem conta que estou curada e que estou livre da
endometriose. Aliás, muito poucas pessoas sabem que passo por este desafio, fui
operada pela segunda vez consecutiva em Maio do ano passado, supostamente para
me tirar um mioma, mas o diagnóstico ao acordar foi pior do que isso,
falaram-me novamente da endometriose de grau IV e da dificuldade que teria de engravidar. Na noite em que fui para casa, e apesar da gigante fé que tenho
dentro de mim - acho que ela dá 8 vezes a volta ao mundo; revoltei-me, chorei,
voltei aos porquês, mas no dia seguinte, ergui a cabeça e disse para mim mesma
- tenho de fazer algo mais por mim, eu ainda não fiz tudo. Pedi à minha família
mais próxima - pais, irmão, marido que aquela notícia ficasse entre nós, não
queria que contassem à família, não queria que me vissem como uma
"coitada" e assim foi. A minha restante família saberá desta notícia
agora, através deste artigo. E porque não revelei eu? Porque eu própria não
quero ver-me como vítima, não quero dar aso a conversas que alimentam a doença.
Quando queremos cura devemos agir como se já estivéssemos curados- devemos dar essa indicação ao nosso corpo. Quando
queremos a cura devemos respeitar o nosso corpo, neste momento aposto somente
na comida biológica, cortei lácteos, carne, peixe (como muito raramente),
açúcares refinados, arroz branco, farinhas não biológicas, aprendi e ainda
tenho muito a aprender sobre a macrobiótica e os seu benefícios, aposto no
yoga, meditação, reiki, entre outros. Costumo dizer que a doença me trouxe para
o mundo da saúde e é verdade, a minha pesquisa sobre o que é prejudicial e
benéfico para o corpo humano começou há 15 anos e apesar de me ter apercebido
que somos os maiores responsáveis pela saúde do nosso corpo (pois afectamo-lo
de várias formas, seja através da alimentação, do stress, de emoções negativas,
da vitimização – é muito fácil ter pena de nós próprios quando estamos doentes,
mas é preciso combater essa tendência e nos tornarmos heróis da nossa história)
só sei que nada sei e que ainda há tanto para estudar e descobrir, mas de uma coisa
estou certa - o mundo dos lobbies destrói o nosso mundo físico se assim o
deixarmos, se continuarmos de olhos vendados.
Esta semana voltei ao
desafio da dor, vi-me novamente a não ir trabalhar, a revoltar-me com o corpo
pelas dores que sentia, chorei, reclamei mas voltei a mim e percebi que tinha
uma voz para dar, percebi que não era para manter o silêncio, percebi que não
era para esconder a endometriose que [não tenho], percebi que era para falar,
percebi que tinha de te pedir que tal como eu não desistisses, o teu corpo é a
maior farmácia topo de gama que podes conhecer e só temos de lhe dar o que ele
precisa - tranquilidade, amor, boa alimentação (a comida torna-se nas nossas
células), respeito e descanso.
Não
tenhas medo, não te conformes, não acredites que não há nada a fazer porque há
sempre, posso ainda ter dores, mas a realidade que tinha há 15 anos era tão
mais dolorosa, desmaiava e em vez de ter APENAS (há que desvalorizar) um ou dois dias de dores, tinha uma semana. Acabou e não vai voltar a
acontecer e um dia eu poderei dizer que estou realmente curada (mentalmente já
estou), um dia poderei dizer que estou grávida (seja naturalmente seja com tratamentos) - porque isso vai acontecer, e se
ainda não aconteceu foi porque não senti até então que tinha chegado a altura de ser mãe. E digo
isto confiante que assim será, digo isto confiante de que eu posso melhorar a
minha vida, a minha saúde e de que tu, tal como eu, tens ainda muito a fazer,
começa por te amar, começa por acreditar e tudo mudará.
Como
prometido escrevi sem véus nem preconceitos, e como prometido deixei-te a minha
alma, para que de certa forma ela pudesse tocar na tua e ajudá-la a acreditar
também.
Rute
Parabéns mamãe Rute...
ResponderEliminarEu também (não) tenho endometriose! Obrigada, Rute! ;)
ResponderEliminarMuito bem Rute. Amei a matéria. Parabéns.
ResponderEliminarTambém (não) tenho endometriose Rute, porque o caminho faz-se andando e só tem um sentido, que é para a frente!
ResponderEliminarChorei ao ler e me reconhecer nas suas palavras. Só quem passou por isso compreendo o quanto é profunda a dor (mais a psico que a física, eu diria) mas assim como vc, eu (não) tenho endometriose e logo poderei engravidar e estar livre de toda esa confusão que esta doença causa na vida de alguém. Força e luz
ResponderEliminarTenha certeza que tua alma tocou a minha. Obrigada.
ResponderEliminarObrigada por este testemunho de FÉ e de grandeza
ResponderEliminarGratidão pelo compartilhar! Somos espelhos e estamos aqui para mostrar que tudo pode ser curado!💙💙💙
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarVocê é real inspiradora. Descobri a pouco tempo depois de um pedido ao universo, para que me revelasse qual era o nome da enfermidade que eu tinha. E no dia seguinte me foi revelado que era endometriose. Nunca tinha me aprofundado no assunto e depois que pesquisei, vi que realmente tudo se encaixou devido aos diversos sintomas muito específicos.
ResponderEliminarPara mim, é uma enfermidade temporária. Não existe a possibilidade de eu ser escrava dela e muito menos ela tirar o meu desejo de ser mãe.
Quando a gente confia, quando a gente sabe do poder divino, não ah dúvidas da nossa cura. Só precisamos crescer e amadurecer mediante desafios. Tudo é questão de tempo. Fique em paz. Gratidão!